
Israel e Hamas retomaram nesta segunda-feira (6) no Cairo as negociações indiretas de paz que buscam encerrar a guerra na Faixa de Gaza, prestes a completar dois anos. O encontro ocorre sob forte pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tenta emplacar um plano de cessar-fogo e libertação dos reféns israelenses.
O plano proposto por Trump prevê a libertação imediata dos reféns, a entrega do poder em Gaza a um governo tecnocrata e a retirada gradual das tropas israelenses. Israel aceitou integralmente os termos, enquanto o Hamas concordou apenas com parte das condições. Segundo fontes diplomáticas, os Estados Unidos, Egito e Catar atuam como mediadores diretos nas tratativas.
Trump e o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmaram que o acordo está “90% concluído” e que o foco agora é a logística para a soltura dos reféns. O presidente americano fez um apelo público às partes, dizendo que o plano “é um ótimo negócio para Israel, os países árabes e o mundo”, e ameaçou endurecer sua postura caso as conversas fracassem.
Apesar dos avanços diplomáticos, o clima entre as delegações ainda é de profunda desconfiança. Um oficial palestino ouvido pela agência Reuters afirmou duvidar de um desfecho rápido, citando temores de que Israel encerre as negociações assim que os reféns forem libertos. O Hamas, por sua vez, declarou à AFP que deseja um “resultado positivo” para iniciar a troca de reféns por prisioneiros palestinos, mas criticou a continuidade dos bombardeios israelenses em Gaza.
O conflito, iniciado em outubro de 2023 após o ataque do Hamas a Israel, já provocou mais de 67 mil mortes e 170 mil feridos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, confirmados pela ONU. A guerra devastou praticamente todo o enclave palestino e gerou uma das piores crises humanitárias da história recente do Oriente Médio.