Trump reduz tarifas e beneficia exportações brasileiras de carne e café e cerca de 700 produtos

Os Estados Unidos reduziram, nesta sexta-feira (14), parte das tarifas impostas a produtos como café, carne, açaí e banana, que estão entre as principais exportações brasileiras para o mercado norte-americano. A decisão do presidente Donald Trump derruba a taxa de 10% criada em abril, mas mantém o adicional de 40% aplicado em julho, mantendo o setor exportador em alerta. A medida foi confirmada após esclarecimento do Ministério da Agricultura, que buscou dissipar dúvidas iniciais sobre a abrangência da ordem executiva.

A revisão tarifária ocorre em meio a uma pressão crescente da inflação sobre o governo Trump. Café e carne, dois produtos em que o Brasil figura como fornecedor estratégico, vêm registrando forte alta nos preços internos dos EUA, ampliando o impacto político sobre a Casa Branca. Em declaração breve, Trump afirmou que o recuo é “pequeno”, mas suficiente para reduzir os preços ao consumidor norte-americano “em muito pouco tempo”, reforçando o caráter doméstico da decisão.

O movimento também reflete avanços diplomáticos recentes. Nas últimas semanas, Brasil e Estados Unidos intensificaram negociações para flexibilizar o chamado “tarifaço”, especialmente após o encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro, na Malásia. A reunião entre o secretário de Estado Marco Rubio e o chanceler Mauro Vieira, na quinta-feira, contribuiu para o passo anunciado agora. Ainda assim, Washington não mencionou países específicos ao justificar a mudança, alegando apenas avaliação técnica de demanda, oferta doméstica e andamento de negociações.

Com a atualização da lista de produtos parcialmente isentos, carne e café voltam a figurar entre os itens com menor incidência tarifária, ao lado de produtos que já haviam conquistado flexibilização em julho, como o suco de laranja. A redução vale para mercadorias importadas e retiradas de armazéns desde a quinta-feira (13), segundo a Casa Branca. Para exportadores brasileiros, o gesto representa um alívio parcial, mas não elimina as barreiras que ainda restringem o desempenho comercial no maior mercado consumidor do planeta.

A repercussão no Brasil foi imediata. O embaixador Celso Amorim e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificaram a medida como positiva, porém insuficiente diante da lista extensa de produtos ainda afetados. No setor produtivo, a Abiec comemorou o retorno da previsibilidade para a carne bovina, destacando que os EUA são o segundo maior destino das exportações brasileiras. Para a entidade, o ajuste tarifário abre espaço para uma retomada mais equilibrada e estável das vendas, enquanto negociações mais amplas seguem em curso.

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