O Google informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (18), que não possui os dados solicitados pelo ministro Alexandre de Moraes a respeito da autoria da publicação da chamada minuta do golpe, documento encontrado na residência do ex-ministro Anderson Torres. Segundo a empresa, o conteúdo não foi hospedado em sua plataforma e a responsabilidade recai sobre os administradores dos sites onde ele foi originalmente publicado.
No comunicado enviado por seus advogados no Brasil, a empresa destacou que sua função é apenas indexar conteúdos públicos já disponíveis na internet, sem exercer controle editorial ou armazenamento do material em questão. O Google também ressaltou que a decisão judicial não indicou uma URL específica para investigação, o que impossibilita a realização de qualquer rastreamento técnico do conteúdo solicitado.
O pedido feito ao STF partiu da própria defesa de Anderson Torres, que busca demonstrar que o documento já circulava publicamente na internet antes de ser encontrado pela Polícia Federal. Com isso, os advogados tentam enfraquecer a tese de que a posse da minuta caracterizaria um envolvimento direto com a articulação golpista investigada pelo Supremo.
Além disso, os advogados de Torres indicaram que devem solicitar uma perícia técnica para comprovar que o documento apreendido não corresponde ao que teria sido supostamente apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro aos comandantes militares. A estratégia da defesa é dissociar o ex-ministro de qualquer participação no núcleo organizador da tentativa de ruptura institucional.
