O médium espírita Divaldo Pereira Franco morreu na noite desta terça-feira (13), aos 98 anos, em Salvador. Considerado o maior nome do espiritismo brasileiro após Chico Xavier, Divaldo deixa um legado humanitário e religioso que atravessou fronteiras. Seu velório será realizado nesta quarta-feira (14), das 9h às 20h, no Ginásio da Mansão do Caminho, centro fundado por ele na capital baiana. O sepultamento ocorrerá na quinta-feira (15), no Cemitério Bosque da Paz.
Natural de Feira de Santana (BA), Divaldo Franco foi professor, escritor, orador e referência moral para milhões de brasileiros. Publicou mais de 260 livros psicografados, com mais de 10 milhões de exemplares vendidos e traduzidos para 17 idiomas. Suas mensagens, sempre voltadas à paz, ao perdão e à fraternidade, alcançaram leitores em dezenas de países.
Sua trajetória pública começou em 1947, com a fundação do Centro Espírita Caminho da Redenção. Em 1952, criou a Mansão do Caminho, projeto que se tornou referência nacional em educação e assistência social. O complexo atende diariamente mais de 5 mil pessoas, entre crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade.
Ao longo da vida, Divaldo realizou mais de 20 mil palestras em mais de 70 países. Seu trabalho social incluiu a adoção de mais de 650 crianças, criadas nas casas-lares da Mansão do Caminho — muitas das quais seguiram carreiras acadêmicas e profissionais graças ao acolhimento do médium, carinhosamente chamado de “Tio Divaldo”.
Divaldo Franco também foi um defensor do diálogo inter-religioso, tendo representado o espiritismo em conferências internacionais ao lado de líderes de diversas crenças. Sempre discreto quanto à fama, vivia com simplicidade e dedicava seus dias à obra que criou com Nilson de Souza Pereira, seu grande parceiro de jornada.
Sua morte representa o fim de uma era dentro do espiritismo brasileiro. Com ele, vai um dos últimos grandes expoentes da geração que propagou a doutrina com base no amor, na caridade e no exemplo pessoal. Para os milhares que foram tocados por sua palavra e ação, Divaldo Franco será lembrado como um espírito de luz que fez da vida uma missão.
