STF avança em julgamento e Zanin vota pela condenação de núcleo golpista

Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), acompanhou o voto do relator Alexandre de Moraes e votou pela condenação dos sete réus do núcleo de desinformação da trama golpista que tentou impedir a posse do presidente eleito em 2022. O julgamento, iniciado nesta terça-feira (21), trata da Ação Penal 2694 e envolve acusações de disseminação de informações falsas e ataques coordenados contra adversários políticos.

Zanin ressaltou durante sua manifestação que o núcleo de desinformação, também conhecido como Núcleo 4 da organização criminosa, tinha uma “clara divisão de tarefas” e desempenhou papel fundamental na construção de uma narrativa distorcida. Para o ministro, o objetivo do grupo era claramente a deposição do governo legitimamente eleito, através da manipulação da opinião pública e instigação de atos violentos.

Além de votar pela condenação, Zanin também seguiu a decisão do relator ao absolver o engenheiro Carlos Cesar Rocha de algumas acusações, mas manteve sua condenação por integrar a organização criminosa e atentar contra o Estado Democrático de Direito. Zanin destacou que há “dúvidas razoáveis” sobre o conhecimento de Rocha em relação ao golpe, especialmente em relação a um relatório falso que questionava a integridade das urnas eletrônicas.

Os réus deste núcleo, composto por militares e civis, são acusados de formar uma “Abin paralela” para produzir informações falsas, difamar adversários políticos e pressionar líderes militares a aderirem ao golpe. Um dos pontos mais controversos foi a elaboração de um relatório sobre as urnas eletrônicas, usado como base para uma ação judicial movida pelo PL, partido de Bolsonaro, que questionava o resultado das eleições de 2022.

O julgamento segue com a participação dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino, sendo que a votação será concluída com a manifestação do presidente da Primeira Turma, Dino. O STF já condenou Bolsonaro e outros seis envolvidos no núcleo “crucial” do golpe, e ainda irá julgar os núcleos 2 e 3 nos próximos meses, aprofundando a análise sobre a trama golpista que marcou o processo eleitoral de 2022.

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