Copom deve manter Selic em 15% enquanto Bolsa quebra recordes e dólar dispara

Divulgação Internet

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerra nesta quarta-feira (5) a penúltima reunião do ano sob um cenário misto: inflação desacelerando, Bolsa de Valores renovando recordes e o dólar pressionando o real. Analistas esperam que o colegiado mantenha a taxa Selic em 15% ao ano — o maior patamar desde 2006 — como forma de preservar o controle da inflação diante da volatilidade internacional.

Enquanto o mercado doméstico exibe resiliência, a B3 registrou sua décima alta consecutiva nesta terça-feira (4), com o Ibovespa encerrando o pregão aos 150.704 pontos, em alta de 0,17%. Foi a maior sequência de ganhos desde junho de 2024, impulsionada por ações de bancos e petroleiras. Em sentido oposto, o dólar comercial subiu 0,77% e encostou em R$ 5,40, refletindo a aversão ao risco global após quedas nas bolsas norte-americanas.

A expectativa de manutenção dos juros sustenta parte do otimismo no mercado acionário, uma vez que a estabilidade da Selic reforça previsibilidade para investidores institucionais. Segundo o boletim Focus, a taxa básica deve permanecer em 15% até o fim de 2025, com cortes graduais apenas no início de 2026. O IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,18% em outubro e acumula 4,94% em 12 meses — variação dentro do intervalo de tolerância do Conselho Monetário Nacional.

Mesmo com os sinais de controle inflacionário, o Banco Central adota cautela diante das incertezas externas e do comportamento do câmbio. O real continua vulnerável a choques internacionais, especialmente às oscilações das taxas de juros e do dólar nos Estados Unidos. A decisão final do Copom será anunciada nesta noite e deve consolidar o tom de prudência monetária que tem caracterizado a política econômica brasileira em 2025.

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