
O Conselho de Segurança da ONU rejeitou, nesta sexta-feira (19), uma resolução que suspenderia permanentemente as sanções ao Irã, mantendo a pressão internacional sobre o país. A decisão ocorre em meio a um processo iniciado por Reino Unido, França e Alemanha, que acusam Teerã de descumprir o acordo nuclear de 2015, destinado a impedir a produção de armas nucleares. O Irã nega qualquer intenção nesse sentido.
A votação dividiu os membros: Rússia, China, Paquistão e Argélia apoiaram o texto, enquanto nove países votaram contra e dois se abstiveram. O resultado mantém aberta a possibilidade de negociações, já que os europeus ofereceram suspender temporariamente o “snapback” das sanções por até seis meses, caso Teerã retome a cooperação com inspetores da ONU e aceite discutir limites ao seu estoque de urânio enriquecido.
O embaixador iraniano na ONU, Amir Saeid Iravani, afirmou que “a porta da diplomacia não está fechada”, mas ressaltou que a decisão sobre os próximos passos cabe ao Irã. Já os Estados Unidos, que também votaram contra a resolução, sinalizaram disposição para um diálogo direto, mesmo após o possível retorno das sanções no fim de setembro.
Enquanto líderes mundiais se reúnem em Nova York para a Assembleia Geral da ONU, diplomatas avaliam se ainda é viável construir um consenso. Caso não haja acordo até 27 de setembro, todas as sanções da ONU contra o Irã serão restabelecidas, ampliando a tensão em torno do programa nuclear iraniano e colocando em risco anos de esforços diplomáticos.