Reunidos em Foz do Iguaçu (PR), os ministros das Relações Exteriores do Mercosul anteciparam o tom da Cúpula de Líderes do bloco, marcada para este sábado (20), com críticas à situação política da Venezuela e forte apelo pela conclusão do acordo comercial com a União Europeia. O encontro preparatório ocorre às vésperas da reunião que reunirá os presidentes do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Os chanceleres de Argentina e Paraguai demonstraram preocupação com o governo de Nicolás Maduro. Pablo Quirno, representante argentino, citou fraudes eleitorais e violações de direitos humanos como fatores que afetam toda a região. Rubén Ramírez Lezcano, do Paraguai, reforçou o alerta ao mencionar o enfraquecimento das instituições democráticas venezuelanas e os impactos migratórios e de segurança decorrentes da crise.

As declarações ocorrem em meio ao aumento das tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos, que ampliaram sua presença militar no Caribe. O cenário deve influenciar os discursos dos chefes de Estado durante a Cúpula, especialmente dos presidentes da Argentina e do Paraguai.
Sobre o acordo Mercosul–União Europeia, os ministros foram uníssonos ao defender sua assinatura. O Paraguai reiterou disposição para avançar, mas alertou que não há prazo indefinido para negociações. Já Uruguai e Argentina cobraram celeridade e apontaram o tratado como estratégico para ampliar a inserção internacional do bloco sul-americano.