O Ministério Público do Amazonas (MPAM) recomendou, nesta semana, o cancelamento de shows musicais contratados para a Festa da Castanha, em Tefé, com valores que ultrapassam R$ 2,1 milhões. A medida visa conter gastos considerados excessivos diante das dificuldades enfrentadas pelo município, especialmente nas áreas de saúde, educação e infraestrutura.
De acordo com o MP, os recursos que seriam utilizados na contratação de atrações nacionais e regionais podem ser mais bem aplicados em ações prioritárias para a população. A recomendação foi expedida pela 1ª Promotoria de Justiça de Tefé, com base na análise de documentos públicos e contratos firmados pela prefeitura para o evento, previsto para os próximos dias.
A promotoria argumenta que, embora eventos culturais tenham importância econômica e social, o momento exige responsabilidade fiscal e sensibilidade diante da realidade local. O documento cita, por exemplo, deficiências nos serviços de saúde e educação, além da precariedade em comunidades rurais que carecem de atendimento básico.
O MPAM solicitou que o município suspenda imediatamente os contratos com cachês milionários e reavalie os gastos com o evento. Caso a recomendação não seja acatada, o órgão pode adotar medidas judiciais para garantir a correta aplicação dos recursos públicos.
A Festa da Castanha é uma das celebrações tradicionais do interior do Amazonas, com forte apelo popular. No entanto, a mobilização do MP reacende o debate sobre o uso de verba pública em festas diante de cenários de crise ou negligência em setores essenciais. A prefeitura de Tefé ainda não se manifestou oficialmente sobre o teor da recomendação.
