Milhares de manifestantes tomaram as ruas de diversas cidades do Brasil, neste domingo (30), em protesto contra a possibilidade de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. O maior ato ocorreu em São Paulo, onde participantes exigiram punição para os responsáveis pela invasão e depredação da Praça dos Três Poderes, incluindo lideranças políticas ligadas ao episódio.
A mobilização foi organizada por centrais sindicais e movimentos sociais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Frente Brasil Popular. Em São Paulo, a caminhada seguiu da Avenida Paulista até o antigo prédio do Doi-Codi, local símbolo da repressão durante a ditadura militar. Para os organizadores, o ato reforça a defesa da democracia e da memória histórica do país.
No Rio de Janeiro, a manifestação teve foco na distribuição de panfletos e diálogo com a população em locais movimentados, como a Feira da Glória e a Praia de Copacabana. O objetivo foi mobilizar apoio para um grande protesto unificado na terça-feira (1º), data que marca o aniversário do golpe militar de 1964. Para os manifestantes, a anistia abriria caminho para novas investidas contra a democracia.
Participantes do protesto enfatizaram a necessidade de julgamento e punição dos envolvidos nos atos golpistas.
“Não queremos impunidade, queremos justiça. Anistiar esses crimes seria enfraquecer nossa democracia”, afirmou Sérgio Santana, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia. Outros manifestantes compararam a situação atual com a anistia concedida a militares da ditadura, destacando a importância de não repetir erros do passado.
Além de São Paulo e Rio, atos ocorreram em várias capitais, incluindo Brasília, Belo Horizonte, Recife e Curitiba. Em algumas cidades, a adesão foi menor, mas o recado dos manifestantes foi o mesmo: sem punição, a democracia segue ameaçada.
