Em um desfecho histórico após dois anos de conflito, Israel e o grupo Hamas assinaram nesta quarta-feira (8) o primeiro acordo de paz mediado pelos Estados Unidos, com foco na libertação de reféns e no cessar-fogo inicial na Faixa de Gaza. O anúncio foi feito pelo presidente americano Donald Trump em uma rede social e confirmado por mediadores do Catar e do Egito.
De acordo com o plano, todos os reféns mantidos pelo Hamas desde os ataques de 7 de outubro de 2023 serão libertos dentro de 72 horas. Israel estima que ainda restem 48 pessoas sob poder do grupo, sendo 20 vivas. Em contrapartida, o governo israelense deverá libertar prisioneiros palestinos e recuar as tropas posicionadas na região, embora os detalhes da nova linha de fronteira ainda não tenham sido divulgados.
Trump classificou o acordo como “um grande dia para o mundo árabe, para Israel e para a paz global”, e afirmou que a medida representa “os primeiros passos em direção a uma paz duradoura”. O presidente americano, que vem liderando as negociações desde setembro, destacou que “todas as partes serão tratadas com justiça” e anunciou o envio imediato de ajuda humanitária a Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, celebrou o pacto como “uma vitória moral e diplomática”, afirmando que a libertação dos reféns é “um triunfo nacional” e prometendo continuar as conversas para consolidar a estabilidade na região. Já o Hamas elogiou a mediação de Catar, Egito e Turquia, agradeceu o papel dos Estados Unidos e pediu que os países garantam o cumprimento integral do acordo por Israel.
A guerra entre Israel e o Hamas teve início em 2023, após o ataque do grupo palestino que matou mais de 1,2 mil pessoas e sequestrou outras 251. Desde então, os combates deixaram mais de 60 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo autoridades locais. Dois acordos anteriores de cessar-fogo fracassaram, mas mediadores internacionais consideram o tratado atual o mais promissor desde o início do conflito.
