
Mesmo com a taxa de desemprego no menor nível da série histórica, a informalidade continua sendo um dos principais desafios do mercado de trabalho brasileiro. Dados da Pnad Contínua, divulgados pelo IBGE, mostram que 37,7% dos trabalhadores atuam sem carteira assinada ou proteção social, o que representa cerca de 38,8 milhões de pessoas no trimestre encerrado em novembro.
O número expressivo revela um contraste no cenário econômico: enquanto mais brasileiros conseguem ocupação, uma parcela significativa segue em vínculos precários, sem acesso a direitos trabalhistas, previdência ou estabilidade de renda. A informalidade está concentrada principalmente entre trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira assinada no setor privado, que juntos somam quase 40 milhões de pessoas.
Especialistas apontam que o avanço do emprego informal limita os efeitos positivos do aquecimento do mercado de trabalho no cotidiano das famílias. A ausência de garantias legais torna a renda mais instável e aumenta a vulnerabilidade diante de crises econômicas, doenças ou perda repentina da atividade.
Apesar da melhora nos indicadores gerais, o dado acende um alerta para políticas públicas voltadas à formalização e à qualificação profissional. O desafio, segundo o IBGE, é transformar o crescimento do emprego em ocupações mais estáveis, capazes de sustentar o aumento da renda e reduzir desigualdades no longo prazo.
Outro destaque da pesquisa foi o rendimento médio real habitual, que alcançou R$ 3.574, novo recorde, com alta de 1,8% no trimestre e de 4,5% em relação ao mesmo período de 2024. A massa de rendimentos também bateu recorde, somando R$ 363,7 bilhões, reforçando o impacto positivo do emprego e da renda no consumo das famílias e na dinâmica da economia brasileira.
| Indicador | Resultado no trimestre encerrado em novembro de 2025 |
|---|---|
| Taxa de desocupação | 5,2% |
| População desocupada | 5,6 milhões de pessoas |
| População ocupada | 103 milhões |
| População fora da força de trabalho | 66 milhões |
| Nível de ocupação | 59% |
| Empregados no setor privado | 53 milhões |
| Empregados com carteira assinada | 39,4 milhões |
| Empregados sem carteira assinada | 13,6 milhões |
| Empregados no setor público | 13,1 milhões |
| Trabalhadores por conta própria | 26 milhões |
| Trabalhadores informais | 38,8 milhões |
| Taxa de informalidade | 37,7% |
| Rendimento real habitual médio | R$ 3.574 |
| Massa de rendimento real habitual | R$ 363,7 bilhões |
🔎 Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), IBGE, conforme matéria do g1 sobre desemprego em novembro de 2025. (Agência de Notícias – IBGE)