Declaração de Bogotá reforça coordenação, mas frustra com falta de metas

Foto Ricardo Stuckert

A Declaração de Bogotá, assinada neste sábado (23) pelos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), avançou em mecanismos de coordenação regional, mas deixou frustração pela ausência de metas claras contra o desmatamento e a exploração de combustíveis fósseis. O encontro reuniu líderes amazônicos, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e reforçou a necessidade de cooperação em áreas como biodiversidade, proteção de povos indígenas e fortalecimento institucional.

Apesar do tom positivo, representantes da sociedade civil alertaram que a floresta pode já estar em ponto de não retorno, com queimadas e degradação aceleradas no Brasil e na Bolívia.

“É preocupante que, mais uma vez, não tenhamos compromissos firmes contra a perda da nossa floresta”, destacou João Pedro Galvão Ramalho, do Fórum Social Pan-Amazônico.

Outro impasse foi a transição energética. Enquanto a Colômbia defendeu metas para reduzir a dependência de petróleo e gás, Brasil, Peru, Equador e Venezuela resistiram a avanços mais concretos. A crescente exploração de petróleo na região, parte dela sobreposta a terras indígenas e áreas de conservação, foi considerada uma ameaça grave por ativistas.

Por outro lado, a declaração foi celebrada pela criação de novos mecanismos de participação, como a proposta de uma “OTCA Social” e o Mecanismo Amazônico de Povos Indígenas. Também foram anunciados avanços na cooperação contra a mineração ilegal, tráfico de fauna e rastreabilidade do ouro, além do apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que deve ser lançado na COP30, em Belém.

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