Brasil reduz pobreza ao menor nível em 12 anos e tira 8,6 milhões da vulnerabilidade

Foto Paulo Pinto

O Brasil alcançou em 2024 o menor índice de pobreza desde 2012, segundo o IBGE. No período, mais de 8,6 milhões de pessoas superaram a linha da pobreza, reduzindo a proporção da população nessa condição de 27,3% para 23,1%. A melhora ocorre após três anos consecutivos de queda no índice e sinaliza recuperação pós-pandemia.

O estudo Síntese de Indicadores Sociais revela também que, em 2024, cerca de 48,9 milhões viviam com menos de R$ 694 por mês — valor limite definido pelo Banco Mundial. Em 2021, auge da crise, esse número chegou a 77 milhões. A retração é atribuída ao reaquecimento do mercado de trabalho e à expansão dos programas de transferência de renda, como Bolsa Família.

Extrema pobreza cai ao menor percentual da série

Além da redução geral, 1,9 milhão de brasileiros deixaram a extrema pobreza, que atingiu 3,5% da população — menor taxa já registrada. Em 2023, o índice era de 4,4%. Na comparação histórica, o cenário atual contrasta com 2021, quando a extrema pobreza alcançou 9% durante a pandemia.

Programas sociais tiveram impacto direto na queda da desigualdade: o Índice de Gini caiu para 0,504, também o menor desde 2012. Sem transferências de renda, o indicador seria de 0,542, reforçando o papel das políticas assistenciais na retomada econômica e social.

Desigualdade regional persiste

Apesar dos avanços, Norte e Nordeste seguem acima da média nacional.
Pobreza: Norte 35,9% | Nordeste 39,4% | Brasil 23,1%
Extrema pobreza: Norte 4,6% | Nordeste 6,5% | Brasil 3,5%


Panorama do Amazonas

Situação segue desafiadora frente ao cenário nacional

Embora o estudo detalhe números gerais por região, o desempenho do Norte — onde está o Amazonas — permaneceu acima da média nacional em ambos os indicadores. O quadro reforça a necessidade de políticas de renda, empregabilidade e desenvolvimento local para reduzir desigualdades históricas que impactam especialmente populações ribeirinhas e urbanas periféricas.

No contexto amazônico, a dependência do setor de serviços e a informalidade ainda representam barreiras socioeconômicas. Com a redução da pobreza no país, o desafio regional passa a ser acelerar a inclusão produtiva, ampliar acesso a benefícios e fortalecer estratégias econômicas que dialoguem com a realidade da floresta e dos municípios interioranos, onde o custo de vida e a logística encarecem o básico.

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