
Durante a COP30, em Belém, o Governo do Amazonas apresentou dois marcos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do estado: o Plano Estadual de Bioeconomia e a Política Estadual de Transição Energética (PETEN). As iniciativas consolidam a integração entre ciência, inovação e economia verde, com metas que conectam a preservação ambiental ao crescimento econômico.
Os documentos foram lançados em evento realizado na Green Zone do Pavilhão da Amazônia, com a presença de representantes de comunidades tradicionais, pesquisadores, autoridades e organismos internacionais. Em comum, ambos os planos buscam transformar a matriz produtiva e energética do Amazonas, promovendo a redução de emissões, o uso sustentável dos recursos naturais e a valorização do conhecimento tradicional.
O Plano Estadual de Bioeconomia, desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), foi construído de forma participativa, envolvendo representantes dos 62 municípios do Amazonas. O documento define metas para uma economia de baixo carbono, inclusiva e baseada na sociobiodiversidade, articulando o modelo industrial da Zona Franca de Manaus à bioeconomia florestal. O plano é estruturado em cinco eixos estratégicos, que tratam de inovação tecnológica, diversificação produtiva e certificação de produtos sustentáveis.
Já a Política Estadual de Transição Energética (PETEN), elaborada pela Secretaria de Energia, Mineração e Gás (Semig), estabelece metas para reduzir em até 50% o consumo de diesel nos sistemas isolados até 2030 e ampliar o uso de fontes renováveis. A proposta também prevê mecanismos para eliminar a pobreza energética e promover a inclusão social no acesso à energia. O texto orienta a criação de incentivos fiscais e creditícios voltados a fontes limpas, com implementação do Programa Estadual de Transição Energética em até 180 dias.
Complementando as entregas, o governo apresentou o Inventário Preliminar de Emissões Atmosféricas do Amazonas, que integra a Política Estadual de Emissões e Mudanças Climáticas. O estudo traça um panorama sobre gases como CO₂, CH₄ e N₂O, oriundos de atividades como desmatamento, agropecuária e transporte, e servirá de base para ações de controle e prevenção da poluição.
Durante o evento, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) lançou portfólios com resultados de mais de R$ 900 milhões em investimentos entre 2019 e 2025. Os catálogos reúnem 20 mil projetos de pesquisa em áreas como mudanças climáticas, biodiversidade e inovação social, reforçando o papel da ciência como ferramenta central para o desenvolvimento sustentável e a adaptação climática.
As iniciativas fazem parte do Programa Amazonas 2030, que integra políticas de bioeconomia, energia, ciência e REDD+ para alcançar neutralidade de carbono e desmatamento líquido zero até o final da década. O conjunto de ações consolida o Amazonas como um dos estados mais avançados na construção de uma economia verde baseada na floresta e na inovação.