
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou publicamente a decisão dos Estados Unidos de suspender, por 90 dias, a imposição de tarifas de 10% sobre produtos importados de países que não retaliaram medidas comerciais recentes. O gesto foi interpretado como um avanço diplomático em meio à crescente tensão no comércio global.
A declaração foi publicada nesta quinta-feira (10), na plataforma X, por volta das 7h em Bruxelas.
“É um passo importante para estabilizar a economia global”, escreveu Von der Leyen, sinalizando disposição para diálogo. A China segue como exceção: as tarifas impostas por Washington ao país asiático foram elevadas para 125%, o que deve manter o clima de confronto entre as duas potências.
Em resposta, a União Europeia anunciou a suspensão temporária das medidas retaliatórias que havia preparado contra os Estados Unidos. A decisão foi tomada após reunião com os Estados-membros, que haviam aprovado a adoção das contramedidas como resposta à política tarifária de Trump.
“Queremos dar uma chance às negociações”, afirmou Von der Leyen, acrescentando que a suspensão terá validade inicial de 90 dias. Durante esse período, Bruxelas e Washington devem intensificar o diálogo técnico e político para evitar uma escalada comercial.
A flexibilização por parte dos EUA é vista como uma tentativa de conter a instabilidade nos mercados internacionais, agravada nos últimos meses por movimentos protecionistas e tensões geopolíticas. A medida também vem em um momento sensível para Trump, que tenta reforçar alianças no Ocidente em meio à sua campanha de reeleição.
Com a trégua temporária, a expectativa é que as duas partes construam uma agenda de entendimento que possa evitar novas disputas tarifárias. No entanto, analistas alertam que a permanência da China no centro das sanções norte-americanas pode manter a instabilidade em setores estratégicos do comércio global.