Em um estúdio de vidro montado entre dois dos maiores símbolos de Parintins — a Catedral de Nossa Senhora do Carmo e o Bumbódromo — a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) deu início, nesta quinta-feira (26/6), à transmissão do programa “Toada do Milton”, apresentado por Milton Cunha. Com transmissão ao vivo até domingo (29/6), das 14h30 às 18h30, pelo canal da UEA no YouTube, o projeto marca uma integração inédita entre extensão universitária, entretenimento e valorização da cultura popular amazônica.
A iniciativa é parte de um projeto acadêmico que também terá desdobramentos na pesquisa e produção científica. Além de comunicador e carnavalesco, Milton Cunha atua como pesquisador do Laboratório de Estudos do Discurso, Imagem e Som (Labedis), e prepara seu terceiro pós-doutorado com base nas experiências geradas pelo programa. A obra resultante, intitulada “Ópera Cabocla: narrativas dos bumbás Caprichoso e Garantido”, será publicada ainda em 2025 pela Editora da UEA.
Com quadros como “Mugido do Boi”, “Miolo dos Bois”, “Estouro da Boiada” e “Universidade Cabocla”, a atração alia conhecimento, memória e humor em uma narrativa audiovisual que mergulha na alma do Festival Folclórico de Parintins. Convidados são conduzidos por Milton Cunha a uma viagem simbólica e sensorial pelas histórias, personagens e bastidores dos bois Caprichoso e Garantido, em um estúdio aberto ao público, que mistura o ambiente acadêmico com a vibração popular da Ilha Tupinambarana.
A programação também teve destaque editorial. No primeiro dia de transmissão, a UEA lançou duas publicações: uma história em quadrinhos sobre a cunhã Isabelle Nogueira, que narra aventuras ribeirinhas em meio a lendas e encantos amazônicos; e uma coletânea de lendas do boi Caprichoso, organizada por pesquisadores da UEA com base no acervo do Centro de Documentação e Memória do boi azul. Ambas as obras reforçam o compromisso da universidade com a valorização e preservação da memória cultural do Amazonas.
Para o reitor da UEA, André Zogahib, que participou da abertura direto de Londres, o projeto “Toada do Milton” representa o alcance nacional da produção acadêmica regional.
“É uma ação que une educação, cultura e pesquisa. E ao contar com Milton Cunha, a UEA eleva o Festival de Parintins a um patamar de visibilidade intelectual que extrapola o folclore e revela o que temos de mais profundo: nossas narrativas coletivas”, destacou.
Com presença confirmada também nas redes do Portal Amazônia, Amazonsat e G1 Amazonas, o programa mostra que a cultura popular pode e deve ocupar espaços de protagonismo no campo da educação, da arte e da pesquisa. Em Parintins, a UEA não apenas observa: ela atua, registra, publica e faz da festa um campo fértil de saberes.
