Tensão comercial aumenta: China taxa EUA e inicia investigação antitruste

Donald Trump e Xi Jinping durante encontro na China — Foto: Reuters/Damir Sagolj/File Photo

A China anunciou nesta terça-feira (4) novas tarifas sobre produtos energéticos e agrícolas dos Estados Unidos, intensificando a guerra comercial com Washington. As taxas adicionais incluem um aumento de 15% sobre as importações de carvão e gás natural liquefeito e 10% sobre petróleo e maquinário agrícola americanos. Segundo o Ministério das Finanças chinês, essas tarifas entrarão em vigor na próxima segunda-feira.

A decisão ocorre após o governo de Donald Trump anunciar novas tarifas sobre produtos chineses, o que Pequim classificou como uma grave violação das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em resposta, a China formalizou uma reclamação junto à OMC, alegando que as medidas americanas são “de natureza maliciosa” e prejudicam a estabilidade do comércio global.

Além das tarifas, o governo chinês também intensificou a pressão sobre empresas americanas, incluindo o Google. O Ministério do Comércio de Pequim informou que a gigante da tecnologia será investigada por supostas violações das leis antimonopólio do país. A Administração Estatal de Regulação de Mercados já iniciou a apuração.

Outra medida tomada por Pequim foi a inclusão de empresas americanas na lista de “entidades não confiáveis”. Entre elas, destacam-se o grupo de moda PVH, proprietário das marcas Tommy Hilfiger e Calvin Klein, e a gigante da biotecnologia Illumina. Segundo o governo chinês, essas empresas violaram princípios comerciais ao adotar medidas discriminatórias contra companhias chinesas. Em setembro, a PVH já havia sido alvo de investigação por boicotar o algodão da região de Xinjiang, onde Pequim enfrenta acusações de violações de direitos humanos contra a minoria uigur.

As novas ações da China evidenciam um recrudescimento das tensões entre as duas maiores economias do mundo. Enquanto Trump mantém sua política de tarifas como instrumento de pressão, Pequim busca alternativas para minimizar os impactos e fortalecer suas relações comerciais com outros países.