Teatro Amazonas avança na candidatura a Patrimônio Mundial da Unesco

A candidatura do Teatro Amazonas à Lista do Patrimônio Mundial da Unesco avança com ações técnicas para a compatibilização de serviços no entorno do monumento. Em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), os trabalhos incluem o levantamento cadastral do Largo de São Sebastião e áreas adjacentes. O objetivo é garantir a preservação do teatro dentro dos critérios exigidos para reconhecimento internacional.

A proposta, oficializada em janeiro, integra um dossiê técnico que será analisado pelo Comitê do Patrimônio Mundial, composto por 23 países signatários da Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural. A avaliação considerará autenticidade, integridade e valor excepcional do bem cultural. Caso aprovada, a candidatura poderá ser incluída na pauta do comitê para reconhecimento oficial.

Entre as medidas em andamento, a Gerência de Patrimônio Histórico (GPH) e a Gerência de Informação e Geoprocessamento (GIG) criaram uma camada de dados no ArcGIS, reunindo informações sobre uso dos espaços comerciais e áreas autorizadas para ocupação pública. A iniciativa busca evitar a saturação da região e garantir acessibilidade ao monumento. Técnicos internacionais devem realizar vistoria in loco em setembro.

A chancela da Unesco colocaria os teatros da Amazônia, incluindo o de Manaus e o da Paz, em Belém (PA), em um patamar de reconhecimento global. Segundo a superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro, o Teatro Amazonas não apenas representa a história local, mas também valoriza o legado dos trabalhadores e artistas que moldaram sua identidade.

Além de sua relevância arquitetônica, o teatro simboliza o ciclo da borracha na Amazônia e a influência europeia nas artes e na cultura regional entre os séculos 19 e 20. Com sua estrutura preservada, ele atrai turistas de todo o mundo e reforça a importância da cultura amazônica no cenário internacional.

O Brasil já conta com 15 bens culturais reconhecidos pela Unesco, além de um patrimônio misto (cultural e natural). A inclusão dos teatros da Amazônia ampliaria essa lista, fortalecendo a identidade e a valorização do patrimônio artístico e arquitetônico da região.