
A tensão entre as duas maiores economias do mundo voltou a preocupar os mercados globais nesta terça-feira (8), após declarações firmes do governo chinês em resposta ao aumento de tarifas imposto por Washington. O ministro das Relações Internacionais da China, Wang Yi, afirmou que o país “vai revidar até o fim” caso as medidas protecionistas se intensifiquem, e alertou: “guerras comerciais não têm vencedores”.
A reação veio diante de um ultimato feito por autoridades norte-americanas, exigindo que Pequim retire o aumento de 34% nas tarifas sobre produtos americanos. Em caso de recusa, novas sobretaxas seriam aplicadas, elevando para 50% o imposto sobre bens chineses a partir desta quarta-feira (9). Além disso, negociações comerciais estariam suspensas por tempo indeterminado.
Em nota oficial, o Ministério do Comércio da China classificou a medida como “infundada e unilateral”, e anunciou que novas contramedidas estão sendo preparadas. “As ações visam defender a soberania, a segurança e o desenvolvimento do país, dentro dos princípios do comércio internacional. Não aceitaremos intimidação”, destacou o comunicado.
Mesmo diante da escalada retórica, os mercados asiáticos mostraram sinais de recuperação nesta terça. O índice Nikkei 225, do Japão, avançou 6,01%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,51%. Já o CSI 1000, da China continental, teve alta de 0,61%. A reação positiva reflete a intervenção de estatais chinesas para conter os impactos da turbulência comercial.
Analistas internacionais, no entanto, alertam para os riscos de prolongamento da crise. “Esse movimento protecionista afeta cadeias globais de produção, aumenta o custo de vida e traz insegurança para investimentos de longo prazo”, avalia Mariah Leong, da SPG Global. A previsão é de que, se mantida a postura atual de ambos os lados, os impactos se estendam para além do setor industrial, atingindo finanças, logística e agricultura.
A situação representa mais um capítulo de instabilidade em um momento já delicado da economia mundial, com crescimento moderado e inflação resistente em diversos países. A expectativa agora se volta para a reação de blocos comerciais e organismos multilaterais frente ao impasse entre as potências.
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