Tarifaço dos EUA ameaça agro brasileiro e já da sinais de prejuízos

Imagem Montagem: Compre Rural

O agronegócio brasileiro, responsável por mais de 23% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2024, enfrenta um cenário preocupante com a escalada de tarifas impostas pelos Estados Unidos. A nova taxação, que eleva em até 50% o custo de exportação de produtos brasileiros, representa uma ameaça direta à competitividade do setor, que é o principal motor da economia do país.

Com destaque mundial na produção e exportação de soja, algodão, carne bovina e suco de laranja, o Brasil superou os EUA como principal fornecedor global de diversas commodities desde 2023. No entanto, as novas barreiras tarifárias, somadas à tarifa de 10% já existente sobre frutas, revelam uma estratégia política que pode minar uma relação comercial bilateral construída ao longo de quase dois séculos.

As consequências já são sentidas no Nordeste, onde pequenos e médios produtores de manga, mel e pescado enfrentam perdas estimadas em R$ 2,5 bilhões. O impacto social também é grave: cerca de 50 mil postos de trabalho formais podem ser extintos, aprofundando a vulnerabilidade econômica de estados como Ceará e Piauí.

Além do agro, a indústria nacional também está sob risco. Exportações de alto valor agregado, como café industrializado, máquinas e até aeronaves da Embraer, foram incluídas no pacote de restrições dos EUA, ampliando a tensão comercial.

Diante do impasse, lideranças empresariais pressionam o governo federal por uma solução diplomática urgente. Enquanto isso, produtores tentam alternativas, como expandir para o mercado europeu — que também impõe obstáculos, sobretudo devido à resistência da França ao acordo Mercosul-União Europeia.

O futuro do agronegócio brasileiro, embora sólido em performance, passa a depender diretamente de negociações entre o presidente Lula e o presidente Donald Trump, que seguem distantes. A falta de diálogo pode comprometer não apenas exportações, mas a estabilidade econômica de todo o país.