Tarifa dos EUA pode inflacionar alimentos em padarias e mercados no Brasil

A tarifa de 50% que os Estados Unidos passarão a aplicar sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto, deve afetar diretamente o bolso do consumidor. Segundo a Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), o impacto será sentido em padarias, mercados e mercearias, com aumentos previstos em alimentos básicos como pães, frios, sucos e laticínios.

A avaliação do setor é que os principais itens da pauta de exportação brasileira — como trigo, carnes e derivados de frutas — terão sua demanda deslocada para o mercado interno, pressionando os preços e elevando os custos de produção. “Em um cenário de desequilíbrio na cadeia, o reajuste pode chegar a 12% no segundo semestre”, afirma José Batista de Oliveira, presidente da Abip.

Produtos do dia a dia, como pão francês, presunto, queijos e bebidas naturais, estão entre os mais vulneráveis ao efeito inflacionário. A Abip alerta que, mesmo com estabilidade momentânea, o mercado interno deve sentir os reflexos da sobretaxa norte-americana já nas próximas semanas.

“Essa tarifa compromete a base da alimentação popular e cria um ambiente de instabilidade para o setor produtivo”, diz Oliveira. Ele defende uma reação coordenada do governo brasileiro para tentar reverter a medida ou minimizar seus impactos econômicos.

Empresários do setor de alimentação já discutem estratégias de contenção, enquanto aguardam possíveis medidas de apoio federal. Caso o cenário se mantenha, o consumidor poderá pagar mais caro por itens essenciais no café da manhã e nas refeições diárias.

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