Supersafra pode reduzir inflação dos alimentos em 2025, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação dos alimentos deve recuar em 2025, impulsionada pela supersafra agrícola prevista para este ano. A queda do dólar também deverá contribuir para a desaceleração dos preços. A declaração foi feita na noite de sexta-feira (7), durante entrevista ao Flow Podcast, em São Paulo.

Haddad explicou que o desempenho ruim da safra anterior pressionou os preços em 2024, devido a eventos climáticos adversos, como secas no Centro-Oeste e inundações no Rio Grande do Sul. A produção afetada elevou os custos de itens básicos, como arroz, milho, frango e ovos. No entanto, o cenário atual indica um volume expressivo de colheita, o que tende a aliviar os preços.

Além do impacto positivo da safra na inflação, o ministro destacou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, que fechou em 3,4%, um dos maiores do mundo. Para 2025, a projeção da equipe econômica é de um crescimento mais moderado, em torno de 2,5%. Segundo ele, a necessidade de conter a inflação deve influenciar o ritmo da economia.

“Previsão é previsão, você pode errar. Mas eu acredito que vamos continuar crescendo, com um pouco mais de moderação por causa da inflação”, afirmou Haddad. Ele ressaltou que o aumento da renda das famílias tem impulsionado o consumo, e que a oferta de produtos precisa acompanhar essa demanda para evitar novas pressões inflacionárias.

O ministro defendeu uma calibragem no mercado para garantir um crescimento sustentável sem comprometer o controle da inflação.

“A renda das famílias cresceu, elas estão comprando mais. Se a oferta não acompanha a demanda, há um ajuste nos preços, que é o que ocorre em alguns produtos agora”, explicou.

Para Haddad, a política econômica precisa equilibrar estímulo ao crescimento e controle da inflação. Ele reafirmou que a Fazenda acompanha o cenário para evitar desequilíbrios que possam prejudicar a retomada econômica do país.

A supersafra e a trajetória do câmbio serão fatores determinantes para o desempenho da inflação em 2025. O governo aposta que um cenário favorável nessas áreas ajudará a manter a economia em crescimento, ainda que de forma mais moderada.

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