STF decide hoje se Bolsonaro e aliados viram réus por tentativa de golpe

Movimentação de jornalistas na hora do julgamento. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (26) o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados. A sessão, que pode torná-los réus, está prevista para iniciar às 9h30.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa os envolvidos de integrarem uma organização criminosa para atentar contra a democracia entre 2021 e 2023. A denúncia inclui crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.

O julgamento começa com o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, seguido pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Caso a maioria aceite a denúncia, os acusados responderão a uma ação penal no STF.

Se a denúncia for aceita, Bolsonaro e os demais acusados passarão à condição de réus. O processo criminal permitirá a produção de novas provas e depoimentos antes do julgamento final. Caso condenados, as penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Quem são os acusados
Os oito denunciados nesta fase do processo incluem:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro e general do Exército;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Trama golpista
Segundo a PGR, Bolsonaro tinha conhecimento do plano “Punhal Verde Amarelo”, que previa ações para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente também teria ciência da chamada “minuta do golpe”, que previa a decretação de um estado de exceção.

Primeiro dia de julgamento
Na sessão de terça-feira (25), os advogados dos acusados contestaram a denúncia, enquanto o procurador-geral da República, Paulo Gonet, reforçou as acusações. Bolsonaro acompanhou a sessão no STF, atitude incomum entre investigados.

Questões preliminares rejeitadas
Os ministros negaram pedidos de anulação da delação premiada de Mauro Cid e recusaram alegações de impedimento dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Também foi mantida a competência da Primeira Turma para julgar o caso.

Próximos passos
Caso o STF aceite a denúncia, a fase processual permitirá novas provas e depoimentos antes da sentença. Não há previsão para a data do julgamento final, que pode resultar em absolvição ou condenação dos réus.

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