STF apura possível uso de informações privilegiadas antes de tarifaço dos EUA

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (21/7) a abertura de investigação sobre o suposto uso de informações privilegiadas — prática conhecida como insider trading — relacionado ao tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil.

A apuração atende a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e busca identificar movimentações atípicas no mercado cambial antes e depois do anúncio da taxação de 50% sobre as exportações brasileiras.

O caso tramita sob sigilo e será analisado em processo separado do inquérito que investiga o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), suspeito de atuar junto ao governo norte-americano para pressionar o Brasil e ministros do STF.

Eduardo, que se licenciou do mandato em março alegando perseguição política, mudou-se para os EUA e passou a ser citado em apurações sobre tentativas de interferência externa e retaliação contra o governo brasileiro.

Na última sexta-feira (18), o parlamentar foi alvo de nova operação da Polícia Federal e submetido a medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica. As medidas foram autorizadas por Moraes, que considerou haver risco de fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro, também réu no STF em processo sobre tentativa de golpe de Estado em 2022. O julgamento desse caso está previsto para setembro.