
A guerra na Ucrânia registrou uma nova escalada nesta semana com o maior ataque aéreo por drones desde o início do conflito. A Rússia lançou 728 drones contra alvos ucranianos na madrugada desta quarta-feira (9), segundo a Força Aérea da Ucrânia. O bombardeio em massa ocorreu horas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometer o envio de mais armas defensivas para Kiev, além de criticar abertamente o presidente russo Vladimir Putin.

Quase todos os drones foram neutralizados pelas defesas aéreas ucranianas, com apoio de sistemas de interferência eletrônica. A intensidade do ataque reforçou o apelo do presidente Volodymyr Zelensky por sanções mais duras contra a economia russa, incluindo a imposição de tarifas sobre países que ainda compram petróleo e gás da Rússia. “A resposta precisa ser global, eficaz e imediata”, escreveu Zelensky em sua conta oficial no Telegram.
Trump, em declaração à imprensa na terça-feira (8), sugeriu apoiar um projeto de lei que prevê tarifas de até 500% sobre exportações russas. Embora sua retórica sobre a guerra tenha oscilado desde sua volta ao poder neste ano, o novo ataque parece ter provocado uma mudança de tom. Ele afirmou que “Putin joga para agradar, mas não age com lógica” e insinuou que pode surpreender Moscou com novas medidas. “Não direi o que farei, queremos ter uma pequena surpresa”, declarou.
O ataque russo teve alvos em várias regiões, incluindo a cidade de Lutsk, no oeste da Ucrânia, a cerca de 200 km da fronteira com a Polônia. Autoridades polonesas informaram que aviões de combate da Otan foram acionados como medida preventiva. Lutsk, com 200 mil habitantes, sofreu o maior bombardeio da guerra até agora, embora não tenham sido registrados mortos ou feridos.

A ofensiva ocorre em meio à retomada dos contatos diplomáticos entre Kiev e Washington. Após a nova promessa de apoio de Trump, Zelensky ordenou a ampliação do diálogo com os Estados Unidos para garantir o envio urgente de suprimentos militares, especialmente sistemas de defesa aérea. O enviado americano para a Ucrânia, Keith Kellogg, deve participar nesta semana de uma conferência internacional sobre ajuda ao país, marcada para ocorrer em Roma.
A União Europeia, por sua vez, confirmou que trabalha em um novo pacote de sanções contra Moscou. Enquanto isso, as negociações de cessar-fogo seguem travadas, com a Rússia rejeitando a proposta apresentada por Trump e aceita por Zelensky. Com a guerra entrando em uma nova fase de intensidade, o envolvimento direto de grandes potências reacende os alertas sobre uma possível ampliação do conflito para além das fronteiras ucranianas.