
A Prefeitura de Manaus intensificou, neste mês de julho, a remoção de lixo acumulado nos igarapés que deságuam no rio Negro. Com apoio da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), o trabalho diário de coleta inclui o transbordo de balsas que armazenaram resíduos recolhidos em junho. A operação é silenciosa, mas vital para proteger um dos maiores patrimônios naturais da cidade — o rio Negro, que sofre com o despejo de toneladas de lixo, boa parte oriunda do descarte doméstico irregular.
Mesmo com ecobarreiras instaladas em pontos estratégicos, como no igarapé do Mindu, e um dos sistemas de coleta mais modernos do país, Manaus ainda enfrenta uma cultura de negligência ambiental. Pneus, móveis, garrafas, entulho de obras e eletrodomésticos são encontrados diariamente nos cursos d’água.
“O problema não é a falta de serviço, é a falta de respeito com a cidade e com o rio”, afirma o secretário da Semulsp, Sabá Reis.
A cidade oferece coleta seletiva porta a porta, pontos de entrega voluntária (PEVs), Papa PETs e agendamento gratuito para retirada de grandes objetos. Ainda assim, os igarapés seguem sendo depósitos ilegais de resíduos. O que não é descartado corretamente nas ruas acaba sendo levado pela chuva, invadindo os igarapés e, por fim, o rio.
Mais do que recolher o lixo, a prefeitura aposta em educação ambiental, campanhas escolares e visitas a comunidades com alto índice de descarte irregular. A mensagem é direta: proteger o rio Negro é um dever coletivo. “Não se trata só de limpeza. É um ato de respeito com a nossa história e com as futuras gerações”, conclui Sabá.