
As defesas dos oito réus do núcleo central da chamada trama golpista — entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro — entregaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais no processo que investiga a suposta tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O prazo para entrega terminou na quarta-feira (13), com sete réus apresentando suas peças escritas. O tenente-coronel Mauro Cid, delator do caso, já havia protocolado sua manifestação no fim de julho. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi o primeiro a se pronunciar, pedindo a condenação de todos por crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado e dano qualificado ao patrimônio da União.
Em geral, as defesas negaram envolvimento e sustentaram que não há provas para condenação. Bolsonaro chamou a denúncia de “absurda” e “golpe imaginado”, negando que qualquer conversa ou “brainstorm” tenha se transformado em ato concreto. Braga Netto e Augusto Heleno também negaram participação, classificando como falsas as acusações feitas por Cid. Anderson Torres afirmou que a “minuta do golpe” encontrada em sua casa era irrelevante e jamais foi posta em prática.
Alexandre Ramagem contestou acusações de monitoramento ilegal, enquanto Almir Garnier rebateu relatos de que teria colocado tropas à disposição de Bolsonaro. Mauro Cid, por sua vez, se apresentou como observador, pedindo pena reduzida caso seja condenado. Já Paulo Sérgio Nogueira afirmou ter atuado contra qualquer ruptura institucional.
O caso será julgado pela Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Ainda não há data para julgamento, mas a análise pode ocorrer a partir de setembro, caso o relator libere o processo.