Relatório dos EUA deve criticar Lula e Moraes por suposta censura a bolsonaristas

Foto Fabio Rodrigues-Pozzebom

O relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, elaborado pela gestão de Donald Trump, deve trazer críticas diretas ao governo brasileiro e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo o Washington Post, o documento acusa a administração de Luiz Inácio Lula da Silva de “suprimir desproporcionalmente” o discurso de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. A apresentação oficial ao Congresso americano está prevista para esta terça-feira (12).

De acordo com o jornal, o texto cita Moraes nominalmente, afirmando que ele determinou a suspensão de mais de 100 contas na rede social X (antigo Twitter), afetando, sobretudo, usuários ligados à extrema direita. No fim de julho, o magistrado foi alvo de sanções da chamada Lei Magnitsky — mecanismo usado pelos EUA para punir estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos — decisão que contou com oposição do próprio criador da lei.

O relatório de 2025, que se refere a fatos ocorridos em 2024, marca uma mudança de tom em relação ao documento anterior, produzido sob a gestão democrata de Joe Biden. Na edição passada, as eleições brasileiras foram consideradas “livres e justas”, embora houvesse menções a tentativas de intimidação de eleitores, especialmente no Nordeste, e à atuação de milícias e grupos criminosos.

Além das críticas políticas, o texto de 2024 também apontou problemas estruturais nos direitos humanos no Brasil, como más condições prisionais, prisões arbitrárias, restrições à liberdade de expressão, corrupção, violência de gênero, discriminação racial, ataques a povos indígenas e à população LGBTQIA+.

A nova versão, porém, deve acentuar o debate político, especialmente no contexto das relações entre Washington, Brasília e os aliados de Bolsonaro.

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