Presidente do INSS é afastado por suspeita de fraudes contra aposentados

Alessandro Stefanutto. Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (23) por decisão da Justiça, após a deflagração de uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU). A ação investiga um esquema de fraudes em descontos aplicados irregularmente sobre benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas.

Servidor de carreira do INSS desde o ano 2000 e filiado ao PSB, Stefanutto foi alvo de mandados de busca e apreensão. As investigações apontam que entidades representativas de beneficiários estariam realizando cobranças indevidas, disfarçadas de mensalidades associativas, diretamente nos contracheques dos segurados, sem autorização prévia.

A operação é tratada como uma das mais sensíveis conduzidas pela PF nos últimos anos, devido ao impacto direto sobre a população idosa e mais vulnerável. A gravidade do caso motivou uma rápida articulação política: o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o ministro da CGU, Vinícius Carvalho, comunicaram pessoalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, logo após o início da operação.

Segundo fontes do governo, uma segunda reunião emergencial está em andamento no Ministério da Justiça para avaliar os desdobramentos da investigação e discutir medidas urgentes de proteção aos segurados. O afastamento de Stefanutto pode abrir caminho para uma intervenção mais ampla na estrutura do INSS.

Com mais de 39 milhões de beneficiários em todo o país, o INSS enfrenta um novo desafio para garantir a transparência, a confiança institucional e a segurança dos pagamentos previdenciários. O governo federal já sinalizou que medidas corretivas e preventivas devem ser anunciadas nos próximos dias.

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