
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (18), uma nova fase da Operação Sem Desconto e avançou sobre o alto escalão da Previdência Social e do Congresso Nacional ao investigar um esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS, com prejuízo estimado em até R$ 6,3 bilhões.
Entre os alvos está o senador Weverton Rocha (PDT-MA), que teve mandados de busca e apreensão cumpridos. A operação também resultou no afastamento e na prisão domiciliar do secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, número dois da pasta e ex-chefe de gabinete do parlamentar.
A PF prendeu ainda Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos operadores centrais do esquema, além de Éric Fidélis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidélis. O número total de prisões ainda está em atualização.
As investigações apontam que, entre 2019 e 2024, aposentados e pensionistas tiveram valores descontados mensalmente de seus benefícios sem autorização, sob a falsa alegação de filiação a associações que prometiam serviços e vantagens inexistentes.
Autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a operação cumpre 52 mandados de busca e apreensão, 16 de prisão preventiva e outras medidas cautelares em seis estados e no Distrito Federal, com atuação conjunta da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU).
O escândalo já provocou desdobramentos políticos, incluindo a saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, e levou o governo a anunciar a devolução dos valores descontados irregularmente, com prazo de contestação aberto até fevereiro de 2026.
A ofensiva desta quinta marca uma das maiores ações contra fraudes no sistema previdenciário brasileiro e expõe um esquema que atingiu diretamente milhões de beneficiários, aprofundando a crise de credibilidade do INSS e ampliando a pressão por responsabilização no topo da estrutura pública.









