Patente do Ozempic perto do fim pode abrir mercado de genéricos para canetas emagrecedoras

O setor farmacêutico brasileiro acompanha com expectativa a disputa judicial em torno da patente do Ozempic, da Novo Nordisk, prevista para expirar em março de 2026. O medicamento, usado no tratamento do diabetes tipo 2, mas popularizado por seus efeitos emagrecedores, pode abrir caminho para a produção de versões genéricas e similares, com preços ao menos 35% menores.

A Novo Nordisk tenta estender a proteção da patente no Brasil, argumentando que o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) levou 13 anos para analisar o pedido, o que reduziu o período de exploração exclusiva. A decisão já foi negada em instâncias inferiores, mas a farmacêutica recorreu ao Superior Tribunal de Justiça e, caso necessário, ao Supremo Tribunal Federal.

Laboratório do Aché em Guarulhos: investimento na preparação de genérico começa antes de a patente do remédio de referência cair — Foto: Divulgação

Enquanto isso, indústrias brasileiras como Aché, Cimed e Teuto ampliam investimentos em fábricas e centros de pesquisa para estarem prontas quando a substância entrar em domínio público. O potencial de mercado é bilionário: além do tratamento da obesidade, os genéricos de canetas à base de semaglutida podem ampliar o acesso a pacientes do SUS e reduzir a dependência de importações.

Segundo a Abifina, o Brasil deve ver até 2030 o vencimento de 1,5 mil patentes de medicamentos, incluindo drogas contra câncer e doenças raras. Para o governo, a produção local de genéricos representa economia de bilhões de reais ao SUS e mais acesso para os consumidores.