Papa Francisco inicia novo processo de reforma católica e sinaliza permanência no Papado

Papa Francisco. Foto Ciro de Luca

O Papa Francisco, aos 88 anos, deu sinais claros de sua intenção de seguir no papado ao aprovar um novo processo de reforma para a Igreja Católica global. Anunciado pelo Vaticano neste sábado, o processo, com duração de três anos, tem como objetivo realizar consultas com católicos de todo o mundo sobre reformas como a inclusão de mulheres como diaconisas e a maior aceitação da comunidade LGBTQ dentro da Igreja. O anúncio ocorreu enquanto o pontífice permanece internado no hospital Gemelli, em Roma, onde trata uma pneumonia dupla.

A reforma, que amplia o trabalho do Sínodo dos Bispos, uma das iniciativas mais significativas de seu papado, culminará em uma nova cúpula de bispos no Vaticano em 2028. A decisão foi aprovada por Francisco na terça-feira, enquanto ainda se recupera de sua hospitalização, que já dura mais de um mês. Sua longa ausência pública gerou especulações sobre a possibilidade de seguir o exemplo de Bento XVI e renunciar ao papado. No entanto, amigos e biógrafos do Papa Francisco reafirmam que ele não tem planos de renunciar.

De acordo com o cardeal Mario Grech, líder do processo de reforma, o pontífice está determinado a impulsionar uma renovação missionária da Igreja, sinalizando esperança e continuidade. A decisão de Francisco de avançar com o processo de reforma é vista como um indicativo de que ele continua firme no papel de líder dos 1,4 bilhão de católicos ao redor do mundo.

Francisco, que é papa desde 2013, busca modernizar a Igreja, mas suas reformas têm gerado controvérsias, especialmente entre cardeais mais conservadores. Questões como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a aceitação do divórcio continuam a polarizar a Igreja, apesar dos esforços de Francisco para tornar a instituição mais inclusiva.

Massimo Faggioli, acadêmico especializado no papado, afirma que a nova etapa de reformas é uma forma de Francisco afirmar sua liderança e compromisso com a renovação da Igreja, mostrando que seu pontificado segue vigoroso. A cúpula de outubro passado, que não gerou decisões concretas, havia levantado questionamentos sobre a força de sua liderança, mas o anúncio recente reforça sua vontade de continuar com a agenda de reformas.

Embora o estado de saúde do papa tenha melhorado e ele não corra mais risco imediato de morte, ainda não há previsão de sua alta hospitalar. O Vaticano segue monitorando sua recuperação, enquanto o processo de reformas caminha para um novo capítulo no futuro da Igreja Católica.