
O Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos acusou, nesta sexta-feira (23), o governo dos Estados Unidos de tentar limitar a liberdade de expressão em universidades. A entidade expressou preocupação com ações da administração do ex-presidente Donald Trump, que estaria restringindo protestos pacíficos e intimidando estudantes em instituições de ensino superior.
A tensão aumentou após Washington dar um ultimato à Universidade de Harvard, exigindo, em 72 horas, registros de estudantes estrangeiros envolvidos em supostas “atividades violentas” nos últimos cinco anos. O governo condicionou o restabelecimento da autorização para admissão de novos estudantes internacionais à entrega dessas informações.
A medida pode impactar mais de 7 mil estrangeiros que estudam em Harvard — cerca de 20% deles são chineses. O governo americano justificou a suspensão com o argumento de que a universidade estaria facilitando a entrada de pessoas com ideologias “antiamericanas ou pró-terrorismo”. A ONU respondeu afirmando que divergências políticas não devem ser confundidas com incitação ao ódio.
Em resposta, a China repudiou as ações dos EUA, afirmando que a cooperação educacional é benéfica para ambos os países. Pequim acusou Washington de politizar o intercâmbio acadêmico e prometeu defender os direitos dos estudantes chineses no exterior.