
O senador Omar Aziz (PSD-AM) usou a Comissão de Infraestrutura do Senado para criticar a recente operação da Polícia Federal na calha do Rio Madeira, que resultou na destruição de embarcações e garimpos em municípios como Manicoré e Humaitá. Segundo o parlamentar, a ação teria atingido principalmente pequenos extrativistas e famílias humildes da região, sem efetivamente responsabilizar grandes criminosos.
Aziz questionou a falta de prisões durante a operação e afirmou que o impacto recaiu sobre moradores que dependem do extrativismo de pequena escala. Para ele, a distinção entre atividades de baixa e alta proporção precisa ser levada em conta, evitando que trabalhadores sejam tratados como narcotraficantes.
“Quero saber quem foi o traficante preso nessa operação. O que vimos foi apenas destruição e prejuízo para pessoas pobres do Rio Madeira”, disse.
O parlamentar também cobrou da PF e do Judiciário explicações sobre as provas que fundamentaram a ação, além de defender maior transparência nos processos. Ele reforçou que a ausência de regulamentação do garimpo de pequena escala agrava conflitos e facilita a exploração ilegal por redes internacionais.
“Não podemos aceitar pirotecnia com helicópteros e explosões, enquanto os verdadeiros responsáveis permanecem impunes”, afirmou.
Aziz concluiu defendendo que projetos de regulamentação parados há mais de uma década no Congresso avancem, garantindo que o ouro seja comercializado legalmente no país.
“É preciso punir quem lucra com o crime organizado, mas sem criminalizar trabalhadores que dependem do extrativismo para sobreviver”, finalizou.