
A Copa do Mundo de Clubes da FIFA sempre despertou grandes expectativas entre times sul-americanos, especialmente os brasileiros. Mas qual é, de fato, o valor que os gigantes europeus atribuem ao torneio? Com a edição expandida prevista para 2025, a competição voltou ao centro do debate esportivo. Para entender a percepção no continente, editores esportivos de Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França compartilharam suas análises.
Com nove representantes no Mundial, os países das principais ligas europeias enviam nomes de peso: Real Madrid, Manchester City, Inter de Milão, Bayern de Munique, Paris Saint-Germain, entre outros. Ainda que o troféu tenha prestígio institucional, a motivação financeira é vista como o principal combustível das diretorias, enquanto o envolvimento dos torcedores e atletas varia conforme o contexto local.
Na Inglaterra, o jornalista Anthony Paphitis destaca que Manchester City e Chelsea encaram a competição como uma chance de reforçar seu prestígio — e receitas. No entanto, a época do torneio, que coincide com o fim da temporada europeia, pode diminuir o entusiasmo dos jogadores. “Alguns podem ver como a última missão do ano, outros como um fardo inesperado”, analisa.
A Espanha, por outro lado, demonstra maior envolvimento emocional. Rafael Gómez, correspondente espanhol, ressalta que clubes como Real Madrid e Atlético levam a competição a sério. O torneio é visto como uma oportunidade para ampliar a coleção de conquistas internacionais, principalmente para um Real que inicia uma nova fase com Xabi Alonso no comando.
Na Itália, o jornalista Antonio Moschella vê um cenário mais dividido. Ele reconhece o peso da premiação em dinheiro, mas lembra que o torneio interfere na preparação para a próxima temporada. Ainda assim, acredita que a Copa representa uma vitrine valiosa para novos técnicos, como Cristian Chivu, na Inter. Do ponto de vista da torcida italiana, o torneio ainda não conquistou grande engajamento.
Já na Alemanha, a visão é pragmática. Segundo Heik Kölsch, a competição é bem recebida pelos dirigentes de Bayern de Munique e Borussia Dortmund, que miram os ganhos financeiros e a visibilidade global. Entre jogadores e torcedores, o sentimento é de interesse moderado — menor que nas competições nacionais ou na Champions, mas ainda assim presente.
Na França, o título europeu recém-conquistado colocou o Paris Saint-Germain sob os holofotes. Para o editor François Boudet, a Copa do Mundo de Clubes é vista como o próximo passo na busca por reconhecimento internacional. “O PSG quer consolidar sua posição no futebol global. O desafio agora é mostrar que a Champions não foi um ponto fora da curva”, afirma. Já para o público francês, a empolgação só deve crescer a partir das fases finais.