
O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) solicitou, nesta semana, a suspensão imediata da venda de ingressos para o Festival Folclórico de Parintins 2026. A medida cautelar foi motivada por reajustes considerados abusivos, que ultrapassam 200% em alguns setores, em comparação aos valores praticados na edição deste ano.
O pedido foi assinado pelas promotoras de Justiça Sheyla Andrade dos Santos, titular da 81ª Promotoria de Defesa do Consumidor (Prodecon), e Marina Campos Maciel, da 3ª Promotoria de Parintins. No despacho, o MP aponta que o ingresso diário da arquibancada especial teve aumento de 82,9% por noite, totalizando um reajuste acumulado de 248,7% para as três noites do evento. O ingresso avulso mais barato, que custava R$ 500 em 2025, passará a R$ 1 mil em 2026, enquanto o passaporte para os três dias subirá de R$ 1.440 para R$ 3 mil.
As promotoras destacam que não houve qualquer justificativa pública para os aumentos, o que caracteriza prática abusiva conforme o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor.
“Consideramos essa prática abusiva, então o Ministério Público está buscando informações para que o consumidor não se sinta lesado”, afirmou Sheyla Andrade.
O MPAM requer que a empresa organizadora, Amazon Best Turismo e Eventos Ltda., apresente justificativas econômicas e financeiras para os reajustes antes de retomar as vendas. Caso a determinação seja descumprida, poderá ser aplicada multa diária de R$ 50 mil. Além disso, o órgão solicitou a retirada imediata de qualquer plataforma online que comercialize ingressos até que a situação seja esclarecida.