
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta sexta-feira (15), em Iracemápolis (SP), a relevância da China como principal parceira econômica do Brasil. Durante a inauguração da fábrica da montadora chinesa GWM, dedicada a veículos elétricos e híbridos, Lula enalteceu os investimentos previstos de R$ 10 bilhões até 2032 e aproveitou o discurso para criticar a política econômica do presidente norte-americano Donald Trump, acusando-o de criar “turbulências desnecessárias” para a imagem do país.
O chefe do Executivo ressaltou que o comércio entre Brasil e China movimenta cerca de US$ 160 bilhões por ano, o dobro do registrado com os Estados Unidos, e defendeu o retorno do multilateralismo nas relações internacionais. Lula pediu que mais empresas chinesas invistam no país, destacando a importância da indústria automotiva para a geração de empregos e a recuperação do setor, que sofreu retração nos últimos anos.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, também presente à cerimônia, reforçou o impacto positivo da nova fábrica, que deve gerar 1,3 mil empregos diretos até 2026 e outros 10 mil indiretos. Ele lembrou que a indústria automotiva brasileira cresceu acima da média global em 2024, o que, segundo ele, reflete a recuperação econômica e a queda no desemprego.
Para Lula, a chegada da montadora chinesa simboliza uma aposta na sustentabilidade e na integração latino-americana. Ao lado dos executivos da GWM, o presidente defendeu que o Brasil se torne base estratégica da empresa na região, em contraponto à saída de montadoras norte-americanas nos últimos anos.
“Não aceitamos que países grandes sufoquem os menores. Queremos comércio justo, com regras iguais para todos”, declarou.