O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciaram medidas emergenciais para a aquisição de antídotos contra intoxicação por metanol, após o Brasil registrar 59 notificações de contaminação em bebidas alcoólicas, incluindo 11 casos confirmados e uma morte. O maior número de ocorrências foi em São Paulo, com 53 registros, seguido por Pernambuco (5) e Distrito Federal (1).
Entre os antídotos previstos estão o etanol farmacêutico, que será distribuído em hospitais universitários federais, e o fomepizol, medicamento considerado o principal para intoxicação por metanol. Como o fomepizol não possui registro no Brasil, a Anvisa vai lançar edital internacional para identificar fabricantes e importadores do produto. A agência também consultou órgãos reguladores internacionais, como FDA (EUA) e EMA (União Europeia), e solicitou à Organização Pan-Americana da Saúde a doação imediata de 100 tratamentos.
O governo reforçou alertas à população para evitar o consumo de bebidas destiladas de procedência duvidosa e orientou que o etanol farmacêutico seja usado apenas sob supervisão médica. Paralelamente, a Câmara dos Deputados aprovou urgência para votar projeto que torna crime hediondo a adulteração de alimentos ou bebidas com risco à vida.
Entre os casos recentes, o rapper Hungria, de 34 anos, está internado em estado grave em Brasília, após consumir vodca contaminada. Autoridades interditaram distribuidoras, bares e casas de shows relacionadas às intoxicações, incluindo o Villa Bar em São Bernardo do Campo.
