Manaus deu um passo histórico na gestão ambiental ao apresentar, nesta sexta-feira (17/10), as obras do primeiro aterro sanitário do Estado do Amazonas. A estrutura moderna, situada no km 19 da rodovia AM-010, segue rigorosamente as normas ambientais brasileiras e marca uma nova fase do Plano Municipal de Resíduos Sólidos.
Durante a visita técnica, o prefeito David Almeida, acompanhado do vice-prefeito Renato Junior e de secretários municipais, destacou o avanço do projeto, que representa uma virada sustentável para a capital.
“Estamos entregando o primeiro aterro sanitário do Amazonas, construído com as técnicas mais modernas do país. É o início de um novo tempo, no qual Manaus passa a tratar seus resíduos de forma responsável e sustentável”, afirmou o prefeito.
O empreendimento é fruto de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a prefeitura, o Ministério Público do Estado e o Poder Judiciário. O investimento, de origem privada, será operado por empresas do setor de limpeza urbana, enquanto o terreno, desapropriado pelo município, garante a soberania pública do projeto.
Com área de 67 hectares e quatro células operacionais, o aterro contará com múltiplas camadas de impermeabilização, assegurando proteção total do solo e do lençol freático. O sistema inclui o uso de geocomposto bentonítico e geomembrana de alta densidade, além de uma nova lagoa para tratamento de chorume, com tecnologia capaz de reutilizar os efluentes no próprio processo operacional.
A previsão é que o aterro entre em funcionamento em fevereiro de 2026, com vida útil estimada em 20 anos. Além do tratamento adequado dos resíduos, o local também se destaca pelo potencial de geração de energia limpa. O biogás produzido será convertido em biometano, combustível que poderá abastecer até 80 veículos por dia, incluindo caminhões de coleta e ônibus municipais.
Paralelamente, a prefeitura pretende instalar painéis solares sobre o antigo aterro controlado, com capacidade para gerar 1 megawatt de energia — o suficiente para abastecer cerca de 10 mil residências.
“Estamos transformando um passivo ambiental em fonte de energia limpa. Manaus se consolida como referência em sustentabilidade no Norte”, ressaltou Almeida.
Essas ações integram o plano de descarbonização municipal, que já garantiu à capital R$ 500 milhões em créditos de carbono certificados pela B3, resultado de projetos de preservação e do uso de ecobarreiras que impedem a chegada de 300 toneladas de resíduos ao rio Negro.
O secretário de Limpeza Urbana, Sabá Reis, classificou o empreendimento como “um legado ambiental para as próximas gerações”. Já o juiz Moacir Pereira Batista, da Vara Especializada do Meio Ambiente, destacou a conformidade do projeto com a legislação vigente. “Trata-se de um modelo de sustentabilidade reconhecido nacionalmente”, afirmou.
Para o vice-prefeito Renato Junior, o aterro simboliza o compromisso de Manaus com o futuro. “Estamos construindo uma cidade mais limpa e preparada para as próximas décadas. É um marco histórico para o Amazonas”, concluiu.