Manaus reafirmou, nesta segunda-feira (10), durante a COP30 em Belém (PA), seu protagonismo na governança climática e urbana da Amazônia. No painel “Aliança pela Amazônia Urbana: caminhos para o desenvolvimento sustentável das cidades amazônicas”, promovido pela Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) e pelo Consórcio Amazônia Legal, o prefeito David Almeida defendeu uma atuação conjunta entre União, estados e municípios para enfrentar os impactos crescentes da crise climática nas cidades.
Segundo o prefeito, os efeitos das mudanças climáticas são mais visíveis no espaço urbano, onde vivem milhões de pessoas. Ele lembrou que Manaus enfrentou eventos extremos recentes, como a maior cheia de sua história em 2021 e as fortes estiagens de 2023 e 2024.
“Precisamos de uma governança federativa efetiva e de acesso direto a financiamento climático para respostas rápidas e estruturantes”, afirmou.
Durante o painel, que reuniu especialistas e representantes de instituições nacionais e internacionais, foram discutidas soluções para reduzir a desigualdade socioambiental e ampliar investimentos sustentáveis. O debate contou com a presença de Vanessa Grazziotin, diretora-executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), da diretora do Ipam, Gabriela Savian, e do economista Cláudio Puty.
Manaus apresentou resultados concretos que reforçam o papel das cidades amazônicas na transição ecológica. A capital preserva mais de 90% do território com vegetação nativa e tem investido em infraestrutura sustentável, como as ecobarreiras, que já impedem que cerca de 300 toneladas de resíduos por mês cheguem ao rio Negro. Desde 2021, mais de 46 mil árvores foram plantadas, sendo 26 mil apenas em 2025.
Outro destaque é o primeiro aterro sanitário público e técnico da região Norte, com tecnologia de impermeabilização de quatro camadas e capacidade para 2.600 toneladas diárias, reduzindo emissões de metano. No saneamento, Manaus avança de 16% em 2021 para até 40% de cobertura até o fim de 2025, fortalecendo a resiliência hídrica e melhorando indicadores de saúde ambiental.
No campo da habitação, a prefeitura prevê entregar 576 unidades ainda em 2025 e tem mais de 4,7 mil contratadas, todas com drenagem sustentável e arborização. Já no financiamento climático, Manaus se destaca nacionalmente com a Bolsa de Créditos de Carbono da Amazônia, que busca captar até US$ 500 milhões até 2028 para ações de preservação e infraestrutura verde. O Plano Municipal de Ação Climática, finalizado neste ano, alinha metas locais ao Acordo de Paris.
A atuação de Manaus na COP30 reforça a imagem de uma cidade amazônica capaz de unir desenvolvimento e sustentabilidade. Com governança técnica, planejamento e resultados mensuráveis, a capital se posiciona como modelo de resiliência urbana e liderança ambiental na Amazônia. Nesta terça (11), David Almeida participa do painel “Selo Caixa Gestão Sustentável”, ao lado de prefeitos e dirigentes nacionais, para discutir certificações e práticas de gestão verde nos municípios.
