
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira (18), em Bruxelas, que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul “não pode ser assinado” nas condições atuais. Segundo ele, Paris fará oposição a qualquer tentativa de acelerar ou impor a adoção do pacto sem garantias adicionais para proteger os agricultores franceses.
A declaração foi feita às vésperas da cúpula do Conselho Europeu e reforça a resistência histórica da França ao acordo, considerado uma ameaça ao setor agrícola do país. Macron destacou que produtores europeus estariam sujeitos à concorrência de países latino-americanos que, segundo ele, adotam regras ambientais e sanitárias menos rigorosas.
Apesar de a Comissão Europeia ter anunciado salvaguardas e mecanismos de monitoramento para produtos sensíveis — como carne bovina, aves e açúcar —, o governo francês avalia que as medidas são insuficientes para evitar impactos no mercado interno. O Parlamento Europeu chegou a aprovar dispositivos que permitem a reintrodução de tarifas em caso de desequilíbrios, mas Paris mantém a posição contrária.
O impasse pode ganhar força caso a Itália se alinhe à França. A primeira-ministra Giorgia Meloni afirmou que considera “prematuro” assinar o acordo neste momento. Se confirmada a adesão italiana, França, Itália, Polônia e Hungria poderiam formar uma maioria qualificada capaz de bloquear definitivamente o pacto, cuja assinatura a União Europeia pretende concluir nos próximos dias, durante agenda oficial no Brasil.









