Lula reforça acordo Mercosul-União Europeia em telefonema a Ursula Von Der Leyen

Foto Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, nesta sexta-feira (5), para reforçar o avanço do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. A conversa durou cerca de 20 minutos e abordou a importância estratégica da parceria diante do cenário global de comércio instável.

O Brasil preside o Mercosul neste semestre, e Lula espera assinar o acordo durante a Cúpula de Líderes no país, no final de 2025. A aprovação do texto pelo Parlamento Europeu é o próximo passo, sendo necessário o aval de pelo menos 15 dos 27 Estados-membros que representem 65% da população da UE.

O acordo, negociado ao longo de 25 anos, deve criar um mercado de mais de 700 milhões de pessoas e corresponder a 26% do PIB global. Além de ampliar o comércio, a parceria busca fortalecer o multilateralismo e promover uma ordem internacional mais justa, segundo nota do Palácio do Planalto.

Embora países como Alemanha e Espanha defendam o acordo como forma de diversificar mercados e reduzir a dependência da China, a França permanece crítica, principalmente em relação à importação de carne bovina e padrões ambientais, alegando protecionismo agrícola. Lula rebateu essas críticas e defendeu que quaisquer regulamentos internos da UE respeitem os termos do acordo.

O pacto prevê maior acesso a mercados europeus para produtos sul-americanos e, para a UE, acesso seguro a minerais essenciais, como o lítio metálico, importante para a transição verde do continente. Agricultores e indústrias europeias também devem se beneficiar com tarifas menores para queijos, presunto e vinho, equilibrando interesses comerciais e estratégicos.

A assinatura do acordo é vista como um marco para as relações entre América do Sul e Europa, consolidando o Mercosul como parceiro confiável e ampliando oportunidades comerciais e tecnológicas em um momento de instabilidade global nos fluxos comerciais.