Lula reage e desafia EUA após sanção a Moraes: “Medida arbitrária”

Presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert

A crise entre Brasil e Estados Unidos ganhou um novo capítulo neste sábado (19), quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o silêncio e saiu em defesa dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), alvos de sanção do governo norte-americano. Em nota oficial, Lula classificou a medida como “arbitrária” e “sem fundamento”, abrindo fogo contra o que chamou de tentativa inaceitável de interferência internacional no sistema de Justiça brasileiro.

“Minha solidariedade e apoio aos ministros atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”, declarou Lula, em tom direto. Para o presidente, Washington ultrapassou o limite ao revogar o visto de Alexandre de Moraes e de “aliados na Corte”, atingindo também familiares. O gesto americano acontece em meio à nova ofensiva da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro — o que acendeu ainda mais o clima de tensão política.

Sem citar nomes, o comunicado do Palácio do Planalto reforçou que o Brasil não aceitará pressões externas sobre suas instituições.

“A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, destacou Lula.

A reação do presidente, além de defender Moraes, expõe a tensão entre Brasília e Washington num momento de instabilidade interna e provoca discussão sobre soberania, justiça e relações internacionais.

Num movimento que mistura diplomacia e disputa política, Lula afirmou que não aceitará intimidações e prometeu trabalhar para preservar a democracia. O caso levanta questionamentos sobre até onde vai o apoio dos EUA à oposição brasileira e até que ponto o Planalto está disposto a esticar a corda nas relações bilaterais. A temperatura subiu — e o episódio deve marcar um novo teste para a política externa do terceiro mandato do petista.