Durante escala em Moscou nesta quarta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, com um apelo direto: que participe pessoalmente da reunião de negociação com a Ucrânia, marcada para esta quinta-feira (15) em Istambul, na Turquia. O gesto reforça o esforço diplomático do Brasil para mediar um cessar-fogo na guerra que já dura mais de três anos.
Segundo nota do Palácio do Planalto, Lula reconheceu que a escolha da delegação é prerrogativa dos chefes de Estado, mas destacou a importância da presença de líderes nas tratativas de paz. Ele também reafirmou o compromisso do Brasil com soluções negociadas e o respeito à soberania de todos os países envolvidos.
O contato telefônico ocorreu no retorno da comitiva brasileira de Pequim, onde Lula cumpriu agenda oficial nos últimos dias. Antes do embarque de volta ao Brasil, o presidente já havia declarado que pediria diretamente a Putin para abrir espaço a uma negociação direta com o líder ucraniano Volodymyr Zelensky.
Os dois presidentes se encontraram pessoalmente dias antes, durante a celebração dos 80 anos da vitória soviética sobre o nazismo, em Moscou. Agora, o apelo de Lula soma-se à mediação feita pela Turquia e ao apoio verbal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a um possível diálogo direto entre os líderes de Rússia e Ucrânia.
Zelensky, por sua vez, declarou no último domingo (11) que está pronto para se encontrar com Putin em Istambul. A possível reunião entre os dois líderes pode representar um ponto de inflexão no conflito, embora ainda não haja confirmação oficial da presença do presidente russo no encontro.
Lula deve chegar ao Brasil na madrugada desta quinta-feira (15). Após breve descanso, o presidente embarcará para Montevidéu, onde participará do velório do ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, uma das mais influentes lideranças progressistas da América Latina.
