Lula destaca maior operação contra o crime organizado já realizada no Brasil

Foto Antônio Cruz

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como a “maior operação contra o crime organizado da história do país” a série de ações deflagradas nesta quinta-feira (28) para desarticular esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo o setor de combustíveis. Em pronunciamento nas redes sociais, Lula ressaltou o trabalho conjunto entre Polícia Federal, Receita Federal e Ministérios Públicos estaduais em operações simultâneas realizadas em dez estados.

Segundo o presidente, o esforço coordenado foi possível graças ao Núcleo de Combate ao Crime Organizado, criado no âmbito do Ministério da Justiça. A iniciativa permitiu acompanhar toda a cadeia financeira e identificar os mecanismos que sustentavam as atividades ilícitas. “Nosso compromisso é proteger cidadãos e consumidores, cortar o fluxo de dinheiro ilegal e recuperar recursos desviados para os cofres públicos”, afirmou.

As operações têm como alvo organizações criminosas que utilizavam fundos de investimento e empresas de fachada para movimentar bilhões de reais de forma ilícita. Só no âmbito da Operação Quasar, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, além do bloqueio de bens e valores que somam R$ 1,2 bilhão. A Justiça também autorizou a quebra de sigilos bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao esquema.

No Paraná, a Operação Tank investiga uma rede suspeita de movimentar mais de R$ 23 bilhões desde 2019, por meio de postos de combustíveis, holdings e instituições de pagamento. A Polícia Federal aponta que o grupo lavou ao menos R$ 600 milhões, utilizando depósitos fracionados, laranjas, fraudes contábeis e repasses sem lastro fiscal. Parte do esquema envolvia adulteração de gasolina e a prática conhecida como “bomba baixa”, em que o consumidor recebia menos combustível do que o registrado.

Ao todo, foram expedidos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 empresas foram bloqueados, ultrapassando R$ 1 bilhão em constrição patrimonial. Para o governo, o resultado das operações representa um marco no combate à estrutura financeira das facções criminosas e no fortalecimento da segurança econômica e social do país.