Irã propõe retomada diplomática e pressiona Europa por cessar-fogo com Israel

Chamas e fumaça sobem do horizonte de Teerã enquanto Israel bombardeia o Irã — Foto: Reprodução/Reuters

 

Em meio à escalada do conflito com Israel, o Irã iniciou nesta sexta-feira (20) uma rodada de reuniões com representantes do Reino Unido, França e Alemanha em Genebra, na Suíça, com o objetivo de retomar o diálogo diplomático e buscar uma solução negociada. O encontro foi proposto por Teerã e aceito pelas potências europeias, que temem o colapso total das conversas sobre o programa nuclear iraniano.

As negociações ocorrem em um cenário tenso, marcado pela suspensão das tratativas entre Irã e Estados Unidos após os recentes ataques aéreos israelenses. Os europeus, que historicamente mantêm interlocução com os dois lados, tentam reabrir canais para conter o avanço bélico e evitar que o impasse nuclear se transforme em crise irreversível. Os diplomatas ressaltam que, mesmo com o fim do conflito armado, o conhecimento técnico já acumulado por Teerã segue como ameaça latente.

A reunião conta com a presença dos chanceleres de Alemanha, França e Reino Unido, além da chefe da diplomacia da União Europeia. Os europeus pretendem usar o encontro para cobrar mais transparência do Irã quanto ao uso de mísseis balísticos, apoio militar à Rússia e à situação de cidadãos estrangeiros detidos ilegalmente no país. Ainda assim, admitem que não esperam grandes avanços imediatos nas tratativas.

O Irã, por sua vez, reafirma seu compromisso com a diplomacia, mas exige que os europeus pressionem Israel a cessar seus ataques. Teerã defende que o caminho para a estabilidade passa por respeito mútuo e diálogo direto. Paralelamente, o E3 e os EUA já aprovaram uma resolução na Agência Internacional de Energia Atômica acusando o Irã de violar o Tratado de Não Proliferação Nuclear, o que pode levar à reimposição de sanções caso não haja progresso até agosto.

Com poucas expectativas de resolução imediata, a manutenção do diálogo é vista como estratégica. Para os europeus, ainda que o conflito em campo termine, conter o avanço do programa nuclear iraniano é prioridade para a segurança global. O Irã, por sua vez, alerta que qualquer medida unilateral — como o chamado “snapback”, que retoma sanções automáticas — pode provocar consequências sérias e afastar de vez a chance de um acordo.

Sair da versão mobile