
O mercado financeiro brasileiro viveu uma terça-feira de euforia, impulsionado por sinais positivos no cenário internacional e local. O Ibovespa encerrou o pregão com alta de 1,76%, atingindo o recorde histórico de 138.963 pontos. Já o dólar comercial caiu 1,34%, fechando a R$ 5,608, no menor valor em sete meses. O movimento é puxado por fatores como a ata do Copom sinalizando o possível fim do ciclo de alta da Selic e a inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos.
No exterior, a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, que registrou alta de 0,2% em abril — abaixo da expectativa de 0,3% — reforçou a perspectiva de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed). A possibilidade de redução na taxa básica americana enfraquece o dólar globalmente e aumenta o fluxo de capital para mercados emergentes, como o Brasil, que hoje oferece juros elevados e oportunidades atrativas em ações.
A trégua tarifária entre China e EUA também impulsionou o sentimento de risco nos mercados, reduzindo temores sobre guerra comercial e abrindo espaço para revisão positiva nas projeções de crescimento global. Em Nova York, os principais índices subiram: o Nasdaq avançou 1,8% e o S&P 500, 0,7%. No Brasil, o retorno do investidor estrangeiro à B3 foi fortalecido pelo bom desempenho das empresas listadas, especialmente bancos, varejistas e companhias exportadoras.
O cenário interno também colaborou. A ata do Copom divulgada ontem sugeriu que o Banco Central pode estar encerrando o ciclo de aperto monetário, o que derrubou as taxas dos juros futuros. Para analistas, o comunicado reforça a percepção de estabilidade na Selic, hoje em 14,75%, com a possibilidade de cortes nos próximos meses caso o câmbio e a atividade econômica confirmem desaquecimento.
Commodities também reagiram positivamente. O petróleo Brent subiu 2,57% e o minério de ferro valorizou mais de 1% na China, impulsionando ações de empresas como Petrobras e Vale. Papéis de consumo cíclico, como Magazine Luiza e Renner, fecharam com altas superiores a 3%, refletindo a queda nas expectativas de juros.
Especialistas afirmam que o Brasil se beneficia de uma combinação rara: cenário macroeconômico relativamente estável, ações negociadas com desconto e taxa de juros real elevada. Isso tem reforçado a atratividade do mercado nacional frente a investidores globais em busca de retorno em um momento de mudança no ciclo monetário mundial.