
A China anunciou, nesta sexta-feira (11), um aumento significativo nas tarifas sobre produtos dos Estados Unidos, elevando os impostos para 125%. A medida é uma resposta direta à decisão do presidente norte-americano Donald Trump, que recentemente subiu as tarifas sobre produtos chineses para 145%. O movimento aprofunda a disputa entre as duas maiores economias do mundo, alimentando preocupações com os efeitos nas cadeias de suprimentos globais.
A retaliação de Pequim veio após os EUA suspenderem a maioria das tarifas recíprocas de outros países, mas manterem a pressão sobre a China. A postura adotada por Washington reacendeu temores nos mercados internacionais, com queda nas bolsas e aumento na busca por ativos considerados mais seguros, como o ouro.
Analistas apontam que a escalada tarifária eleva significativamente o risco de uma recessão global. O dólar enfraqueceu, os títulos do Tesouro americano foram vendidos em grande volume e o índice europeu STOXX 600 registrou forte baixa, refletindo o nervosismo dos investidores frente à instabilidade econômica internacional.
Mesmo com a tensão em alta, autoridades dos EUA afirmam que seguem abertas à negociação. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, destacou o interesse de mais de 75 países em iniciar diálogos comerciais. O próprio Trump disse acreditar na possibilidade de um acordo com a China e reafirmou seu respeito pelo presidente Xi Jinping.
Por outro lado, a China criticou duramente a postura americana. Em comunicado oficial, o Ministério das Finanças do país classificou as tarifas como “intimidação unilateral” e acusou os EUA de violarem normas internacionais de comércio. A posição foi reforçada por Xi Jinping, que defendeu, em encontro com o primeiro-ministro espanhol, uma frente comum entre China e União Europeia contra ações unilaterais.
A movimentação também impulsionou a criação de estratégias entre outros países. O Japão formou uma força-tarefa para tratar do tema com os EUA, enquanto o Vietnã anunciou início de negociações formais com Washington, indicando mudanças nas rotas comerciais asiáticas.
A escalada da guerra tarifária entre Estados Unidos e China aumenta a incerteza nos mercados e pode ter efeitos duradouros na economia global. A União Europeia já estima que o impacto das tarifas americanas possa reduzir seu PIB em até 1%, o que poderia empurrar o bloco para uma recessão em um cenário já considerado delicado.