Garantido se impõe na arena e volta ao topo do Festival de Parintins

O Boi Garantido é o grande campeão da 58ª edição do Festival Folclórico de Parintins. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira (30), após a apuração das notas no Bumbódromo. Com o tema “Boi do povo, boi do povão”, o boi vermelho encerrou um jejum de três anos e conquistou seu 33º título, mantendo-se como o maior vencedor da história do festival.

A vitória foi celebrada com emoção pelos torcedores encarnados, que tomaram as arquibancadas e as ruas da cidade. A disputa foi acirrada com o Boi Caprichoso, que buscava o tetracampeonato consecutivo com o tema “É tempo de retomada”. No entanto, a combinação entre espetáculo visual, musicalidade e a energia da torcida fez do Garantido o destaque da arena.

A comissão julgadora, composta por dez especialistas, avaliou 21 itens obrigatórios distribuídos em três blocos: Comum/Musical, Cênico/Coreográfico e Artístico. A presidência do júri ficou sob responsabilidade do antropólogo João Francisco Kleba Lisboa.

Entre os momentos mais marcantes do espetáculo vermelho, destacou-se a apresentação da cunhã-poranga Isabelle Nogueira, que completou 10 anos de atuação. Ela surgiu caracterizada como uma ave de rapina na encenação da lenda amazônica “A Lendária Epopeia de Tamapu”, acompanhada por um corpo de balé representando urubus. A cena foi ovacionada pela plateia.

O Garantido estruturou suas três noites de apresentação em torno dos temas “Somos os povos da floresta”, “Terra brasileira” e “Bois do Brasil”, exaltando a ancestralidade indígena e a força das tradições populares do Norte. Alegorias imponentes, toadas vibrantes e um enredo emocional garantiram o favoritismo do boi vermelho.

A cidade de Parintins, situada no coração do Rio Amazonas, viveu mais um fim de semana de rivalidade saudável e exaltação cultural. Barcos, ruas e corações foram coloridos de vermelho e azul, reforçando a singularidade do maior festival popular da região.

Com a vitória, o Boi da Promessa celebra a resistência do povo da floresta, enquanto o Caprichoso promete uma reação à altura em 2026. Até lá, o grito é de festa no lado vermelho da ilha.